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General Pires Veloso: é preciso acabar com a mentira e o roubo institucionalizados

O general Pires Veloso, um dos protagonistas do 25 de Novembro de 1975 que ficou conhecido como «vice-rei do Norte», defende um novo 25 de Abril, de raiz popular, para acabar com «a mentira e o roubo institucionalizados».

Pires Veloso, que foi governador militar do Norte, considera que agora que «o povo já não aguenta mais e não tem mais paciência, é capaz de entrar numa espiral de violência nas ruas», alertou, esperando que caso isso aconteça não seja com uma revolução, mas sim com «uma imposição moral que leve os políticos a terem juízo».

O general defendeu uma cultura de valores e de ética: «há uma inversão que não compreendo desses valores e dessa ética. Não aceito a actuação de dirigentes como, por exemplo, o Presidente da República, que já há pelo menos dois anos, como economista, tinha obrigação de saber em que estado estava o país, as finanças e a economia. Tinha obrigação moral e não só de dizer ao país em que estado estavam as coisas», defendeu.

Pires Veloso lamentou a existência de «um gangue que tomou conta do país. Tire-se o gangue, tendo-se juízo, pensando no que pode acontecer. E ponha-se os mais ricos a contribuir para acabar a crise. Porque neste momento não se vai aos mais poderosos. Não compreendo como Mexia recebe 600 mil euros e há gente na miséria sem ter que dar de comer aos filhos. Bem pode vir Eduardo Catroga dizer que é legal e que os accionistas é que querem, mas isto não pode ser assim. Há um encobrimento de situação de favores aos mais poderosos que é intolerável. E se o povo percebe isso reage de certeza», disse.

Para Pires Veloso, casos como este, que envolvem salários que «são um insulto a um povo inteiro, que tem os filhos com fome», fazem, na opinião do militar, com que em termos sociais a situação seja hoje pior do que antes do 25 de Abril.

Quanto ao povo, «assiste passivamente à mentira e ao roubo, por enquanto. Mas se as coisas atingirem um limite que não tolere, é o cabo dos trabalhos e não há quem o sustenha. Porque os cidadãos aguentam, têm paciência, mas quando é demais, cuidado com eles. Quando se deu o 25 de Abril de 1974, disseram que havia de haver justiça social, mais igualdade e melhor repartição de bens. Estamos a ver uma inversão do que o 25 de Abril exigia», considerou Pires Veloso.

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  1. Antonio Madeira
    Outubro 23, 2012 às 23:28

    Estou 100% com o que diz o general Pires Veloso. Neste pais a justiça esta feita para proteger os vigarista e gatunos.

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