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Executivos dum grande banco falido riam-se a combinar quanto dinheiro iam pedir (e jamais devolver) ao Estado

Junho 26, 2013 4 comentários

 

Se alguma dúvida ainda restasse de que os banqueiros são gente divertida (e sempre animados pelas melhores intenções) agora podemos ter a certeza absoluta, graças a uma conversa entre dois altos executivos bancários irlandeses.

 

A conversa foi gravada em 2008, em vésperas de o Governo meter milhares de milhões de euros no Anglo-Irish Bank, uma instituição falida – o BPN de lá. Um dos executivos pergunta ao outro como chegou ao numero de sete mil milhões como a soma correcta para pedir ao Estado. O outro ri e diz que a tirou do rabo.

 

Mais a sério, explica que inicialmente não convém pedir muito (!). Melhor deixar que o financiamento pelo Estado vá crescendo discretamente, sempre usando o argumento de que deixar o banco afundar-se seria pior para toda a gente.

 

Acima de tudo, sugere o executivo (rindo mais, juntamente com o seu colega) não se pode deixar os contribuintes perceberem que nunca vão recuperar o que é deles. A cada nova solicitação de fundos, tem de se explicar que é para o cidadão comum proteger “o seu dinheiro”.

 

Com um pouco de sorte, acrescentam os executivos, o banco ainda acaba nacionalizado e eles dois conservam os seus lugares. 

 

Ao todo, o Estado irlandês já investiu 30 mil milhões de euros, só naquele banco. Estas novas revelações, surgidas no diario Irish Independent, podem vir a ter consequências.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/executivos-dum-grande-banco-falido-riam-se-a-combinar-quanto-dinheiro-iam-pedir-e-jamais-devolver-ao-estado=f815991#ixzz2XGxqso6h

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Do livro de memórias de David Rockfeller…

Fevereiro 7, 2013 2 comentários

“For more than a century, ideological extremists at either end of the political spectrum have seized upon well-publicized incidents such as my encounter with Castro to attack the Rockefeller family for the inordinate influence they claim we wield over American political and economic institutions. Some even believe we are part of a secret cabal working against the best interests of the United States, characterizing my family and me as ‘internationalists’ and of conspiring with others around the world to build a more integrated global political and economic structure — one world, if you will. If that is the charge, I stand guilty, and I am proud of it.”

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Paulo Morais, sobre a corrupção em Portugal…

Julho 19, 2012 2 comentários

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Principios gerais de manipulação e controlo de massas

Janeiro 26, 2012 2 comentários

1- A estratégia da diversão

Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e da mutações decididas pelas elites políticas e económicas, graças a um dilúvio contínuo de distracções e informações insignificantes.

A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.

“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais” (extraído de “Armas silenciosas para guerras tranquilas” )

2- Criar problemas, depois oferecer soluções

Este método também é denominado “problema-reacção-solução”. Primeiro cria-se um problema, uma “situação” destinada a suscitar uma certa reacção do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar. Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise económica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.

3- A estratégia do esbatimento

Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-económicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, deslocalizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.

4- A estratégia do diferimento

Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como “dolorosa mas necessária”, obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que “tudo irá melhor amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.

Exemplo recente: a passagem ao Euro e a perda da soberania monetária e económica foram aceites pelos países europeus em 1994-95 para uma aplicação em 2001. Outro exemplo: os acordos multilaterais do FTAA (Free Trade Agreement of the Americas) que os EUA impuseram em 2001 aos países do continente americano ainda reticentes, concedendo uma aplicação diferida para 2005.

5- Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas

A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. Exemplo típico: a campanha da TV francesa pela passagem ao Euro (“os dias euro”). Quanto mais se procura enganar o espectador, mais se adopta um tom infantilizante. Por que?

“Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reacção tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos”. (cf. “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )

6- Apelar antes ao emocional do que à reflexão

Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curtocircuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamentos…

. 7- Manter o público na ignorância e no disparate

Actuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.

“A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores”. (cf. “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )

8- Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade

Encorajar o público a considerar “fixe” o facto de ser idiota, vulgar e inculto…

9- Substituir a revolta pela culpabilidade

Fazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da acção. E sem acção, não há revolução!…

10- Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si próprios

No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.”

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Under Occupation: Toronto G20 Operation

Abril 25, 2011 Deixe um comentário
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A Doutrina do Choque…

Abril 22, 2011 Deixe um comentário
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Manipulação da consciencia, opinião, valores, através do electro magnetismo…

Abril 13, 2011 Deixe um comentário

Este video de uma conferência TED, com Rebecca Saxe, servirá no minimo para perceberem que a tecnologia para esse efeito é já uma realidade, e não está escondida num qualquer laboratório militar secreto. Em dada altura, nos últimos 5 minutos do video, a oradora explica como é possivel alterar a percepção moral de um indivíduo em relação ao que quer que seja, invertendo a moral da situação, ou suavizando-a. Para bom entendedor, meia palavra basta…

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Henrique Neto fala sobre a Maçonaria… e SIC Notícias censura em seguida o programa Plano Inclinado

Fevereiro 23, 2011 4 comentários

isto passou-se dia 15 de Fevereiro, no dia 22 de Fevereiro o programa foi cancelado…

“A SIC Notícias decidiu suspender o programa Plano Inclinado em que Mário Crespo contava com o comentador da estação Medina Carreira para debater a situação económica do país. O canal não avança nada em concreto sobre o futuro do programa, que ia para o ar ao sábado à noite.”

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The City of London Corporation: the state within a state

Outubro 9, 2010 4 comentários

07-02-2009
Por The Tax Justice Network (TJN).

http://taxjustice.blogspot.com/2009/02/corporation-of-london-state-within.html

When people ask – as they often do these days – which is the biggest tax haven in the world, our answer is almost invariably the City of London. The City hosts Britain’s largest offshore financial centre and is intimately linked to satellite tax havens across most time zones, ranging from Hong Kong and Singapore in the East, to the British Virgin Islands, the Turks & Caicos Islands, Bermuda, the Cayman Islands and the Bahamas in the West. All of these havens are in some respects the Frankenstein creations of the City, as are the Crown Dependency islands (Guernsey, Isle of Man and Jersey) which are easily accessible in less than one hour by jet from London.

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Espiões (SIS, SIED, SIRP) na Maçonaria

Setembro 12, 2010 10 comentários

Em 24-02-2009, por Sábado.

http://www.sabado.pt/Multim%C3%A9dia/V%C3%ADdeos/Especiais/Ma%C3%A7onaria.aspx

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Altos responsáveis dos serviços de informações juram fidelidade e ajuda a “irmãos” que são políticos, assessores do Governo, empresários e jornalistas. A SÁBADO filmou a entrada para uma Grande Loja Maçónica e penetrou no jogo de espelhos das lojas mais secretas e na teia de influências que exercem na sociedade civil portuguesa. Texto de António José Vilela e imagem de João Pimentel.

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No centro do templo, coberto de panos negros e sob a luz de um candelabro, está um caixão. Lá dentro, um lenço branco manchado de vermelho tapa o rosto de um homem. A cabeça está virada para Ocidente e emoldurada por um esquadro aberto e por um ramo de acácia. A porta do templo abre-se e o mestre-de-cerimónias faz ajoelhar o maçom que entrou de costas na sala. Tudo está preparado para o fazer subir mais um degrau na ordem secreta. O mestre experto aproxima-se e cruza a espada com o bastão do mestre-de-cerimónias acima da cabeça do candidato, formando um esquadro. Ouvem-se, em sequência, as pancadas de três malhetes. “De pé e à Ordem, meus irmãos”, diz o venerável da loja. De uma mesa próxima, em forma de triângulo, exige-se o juramento que o maçom faz de imediato: “Eu, Jorge Jacob Silva Carvalho, de minha livre vontade, na presença do Grande Arquitecto do Universo e desta Respeitável Assembleia de Mestres Maçons, juro e prometo solene e sinceramente nunca revelar a qualquer profano, ou mesmo a qualquer Aprendiz ou Companheiro, os segredos do Grau de Mestre.”

Há muito que o actual director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), a secreta que actua fora de Portugal, disse estas palavras num templo da Grande Loja Legal de Portugal (GLLP). E reiterou, como se faz sempre nos 33 graus maçónicos, os pactos secretos de silêncio e auxílio: “Renovo a promessa de amar os meus irmãos, de os socorrer e ir em seu auxílio. Se alguma vez me tornar perjuro que, segundo o castigo tradicional, o meu corpo seja cortado em dois e que eu seja desonrado para sempre e que não fique de mim memória junto dos maçons.”

Após o compromisso, o venerável mestre colocou-lhe a espada sobre a cabeça e informou-o em voz alta que a partir de então passava a ter poderes para “comandar” os companheiros e os aprendizes, os dois degraus inferiores da maçonaria. Seguiram-se mais golpes de malhete cruzados com a sequência de palavras de um rito escocês com séculos que lhe passou a contar novos segredos: os cinco pontos perfeitos da mestria, um toque, duas palavras e quatro sinais. O Sinal de Socorro foi um deles. “Se alguma vez te encontrares em grave perigo, chama os irmãos em teu socorro, com o seguinte sinal: atira o pé direito para trás, com o busto inclinado, ergue ambas as mãos acima da cabeça, tendo os dedos entrelaçados, as palmas viradas para cima, e exclama: A. M. O. F. D. V!” Hoje, aos 42 anos, Jorge Silva Carvalho, espião requisitado ao Serviço de Informações e Segurança (SIS) e ex-chefe de gabinete de Júlio Pereira, secretário-geral do Sistema das Informações da República Portuguesa (SIRP), já está a meio dos altos graus da maçonaria (que vão do 4.º ao 33.º) e é apenas um dos responsáveis de topo dos serviços secretos portugueses que fazem parte da GLLP e do Grande Oriente Lusitano (GOL), as duas principais correntes maçónicas portuguesas.

 

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RITUAIS MACÓNICOS À PARTE, um agente secreto vive da discrição, de códigos e de simulação. O Estado faculta-lhe identificações fictícias, forma-o para se infiltrar em organizações criminais e praticar contra-informação, investiga-lhe a vida profissional e pessoal, exige-lhe declaração de rendimentos e património como a um político e pode dispensá-lo alegando meras “razões de segurança”. Mas fora das paredes do SIS e do SIED há espiões que fornecem fotografias de rosto e se identificam antes de assinarem testamentos espirituais (ver caixa).

São vendados e iniciados numa ordem que lhes permite usar sinais, passaporte maçónico e cartão de solidariedade no estrangeiro e em Portugal. Em segredo, usam à cintura aventais decorativos e juram fidelidade e auxílio a uma irmandade composta por políticos, assessores de ministros, empresários, polícias, juízes e jornalistas.

Jorge Silva Carvalho é apenas um deles. Integrou a Loja Mercúrio – que iniciou o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morai –, mas acabou por transitar para a Mozart n.º 49, porventura hoje a mais poderosa loja da GLLP e que, segundo documentos internos consultados pela SÁBADO, terá entrado em funcionamento em Setembro de 2006 pela mão de Paulo Noguês, vice-presidente do Instituto Luso-Árabe para a Cooperação e secretário-geral da Associação de Amizade Portugal/EUA, e pela de António Neto da Silva, empresário, ex-deputado do PSD e presidente daquela associação. Organizações que, juntamente com o Instituto Transatlântico Democrático, dirigido por Rui Paulo Figueiredo (venerável da Loja Mercúrio), têm uma forte presença de maçons entre os dirigentes.

No ano passado, Silva Carvalho desempenhou na Mozart o cargo de venerável, uma espécie de director em funções. É uma loja tão discreta que nem sequer se faz representar em sessões colectivas como o Conselho de Veneráveis e a Assembleia Geral da Grande Loja – que decorreu na sede da GLLP, a 27 de Setembro deste ano, e que foi acompanhada pela SÁBADO (ver caixa e filme). É em salas de hotéis como o Marriott, Vip Zurique ou Penta, ou no 1.º andar de um discreto edifício, na Rua Pereira da Rosa, no Bairro Alto, alugado pelos altos graus da GLLP – designados Supremo Conselho para Portugal –, que se juntam outros “irmãos” membros dos serviços de informações.

Um deles será F. R., um tenente-coronel da GNR que já integrou o SIS e que, em 2007, quando Silva Carvalho era chefe de gabinete do SIRP, foi nomeado por Júlio Pereira director do Departamento de Segurança, um dos novos quatro departamentos comuns do SIS e do SIED. Outro é o operacional J. A., técnico superior de informações do SIS.

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OS TRÊS NÃO RESPONDERAM aos contactos da SÁBADO. O mesmo aconteceu com outros operacionais dos serviços de informações que a SÁBADO detectou a partir do cruzamento de largas dezenas de nomes de maçons mencionados nos documentos internos da GLLP. No SIS, o director de área T. C. tem vários anos de maçonaria e foi inclusivamente eleito venerável da Loja Jerusalém no equinócio de Outono de 2006, cumprindo o mandato até Junho de 2007. Por outro lado, o ex-pára-quedista J. F., funcionário do SIS há mais de 10 anos e actual director de área, é uma conquista relativamente recente da maçonaria. Foi iniciado na Loja Fernando Pessoa da GLLP, para onde entrou juntamente com outros dois aprendizes iniciados entre Outubro de 2005 e Janeiro de 2006, como revela um documento de novas entradas da GLLP. Outro irmão da Loja Mercúrio é R. N. P., um operacional do SIED e membro do Instituto Luso-Árabe.

“A maçonaria é equilíbrio e, por isso, tudo permanece bem desde que não haja uma avalancha de gente dos serviços de informações”, diz à SÁBADO um dos mais influentes maçons da GLLP, solicitando o anonimato. A mesma fonte garante que o número de espiões maçons não deve ultrapassar uma dúzia. “Nas democracias mais maduras, como nos EUA, Inglaterra ou França, é também normal encontrar gente dos serviços de informações nas respectivas maçonarias”, conclui.

O autor espanhol Manuel Guerra, no livro Trama Maçónica, editado este ano em Portugal (Principia), destaca a alegada colaboração maçónica verificada nos anos 90 e durante os governos do PSOE de Filipe González, precisamente quando “foi necessário por mais de uma vez renunciar à alta política diplomática e lançar mão das ligações pessoais de maçons espanhóis com alguns maçons franceses influentes para obter um maior apoio da França na luta antiterrorista contra a ETA. Nessa altura, o chefe dos serviços secretos franceses era Pierre Marion, um destacado maçom francês, membro da Grande Loja Nacional Francesa”.

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A RELAÇÃO PRÓXIMA ENTRE a maçonaria e alguns membros dos serviços secretos está a provocar polémica entre os espiões. Um alto quadro dos serviços secretos garante-_-o: “Há muita gente preocupada com esta situação. Claro que podem existir quebras de segurança, mas o problema maior é se acontece um escândalo qualquer, como o da Universidade Moderna, que começou numa guerra na Casa do Sino, e o SIS e o SIED acabam arrastados por causa de gente nossa que esteja nas lojas maçónicas.”

A SÁBADO dirigiu por escrito um conjunto de questões sobre maçonaria, segurança e recrutamento de espiões aos directores do SIED, Jorge Silva Carvalho, e do SIS, Antero Luís, mas apenas recebeu uma curta resposta do gabinete do juiz desembargador Antero Luís: “Encarrega-me o Senhor Director-Geral de o informar que quaisquer comentários sobre o tema Maçonaria são da competência do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP).” As perguntas seguiram para Júlio Pereira, secretário-geral do SIRP. Ficaram sem resposta até ao fecho desta edição.

Nos últimos anos, a ligação a organizações como a maçonaria ou o Opus Dei tem sido discutida de forma particularmente intensa. Em Inglaterra, o governo de Tony Blair impulsionou um movimento que exigia que os maçons se identificassem quando estivessem a exercer profissões relacionadas com cargos ou serviço público. No sector da justiça, mais de 1400 juízes decidiram voluntariamente divulgar que eram maçons. Em Portugal, no mês passado, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), que representa cerca de 1900 magistrados, deu um passo que promete fazer história: “O juiz não integra organizações que exijam aos aderentes a prestação de promessas de fidelidade ou que, pelo seu secretismo, não assegurem a plena transparência sobre a participação dos associados.” O princípio, que não refere especificamente a maçonaria nem diz como será implementado, consta do Compromisso Ético aprovado no 8.º Congresso dos Juízes Portugueses.

“Não adianta nada pedir o registo de interesses para associações secretas. Pretendemos ir mais longe e não permitir a pertença”, diz à SÁBADO o presidente da ASJP, António Martins. “Tivemos a noção de que estávamos a ser exigentes com os juízes. Se isto é uma porta aberta para outras classes profissionais? Serão elas a avaliar a exigência que têm de fazer aos seus membros.”

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ANTÓNIO REIS, GRÃO-MESTRE DO GOL, é peremptório: “Legalmente, ninguém pode ser obrigado a declarar a sua pertença a uma associação de direito privado”. E sublinha que a discussão é até desprovida de sentido em face dos direitos constitucionais sobre a livre associação. “Eu não posso garantir que não haja maçons que ocupem cargos no Estado, incluindo os dos serviços de informações. O que garanto é que não existe nenhuma estratégia da maçonaria para controlar esses ou outros cargos”.

O poder de influência da maçonaria não aparece nas juras de segredo e nos livros dos ritos praticados nas lojas, mas é um tema omnipresente na história da GLLP e do GOL. E muitos maçons têm de o assumir quando menos esperam. Foi o que aconteceu com o maçom Abel Pinheiro, que esteve sob escuta judicial no âmbito do processo Portucale e que foi acusado pelo Ministério Público por tráfico de influências.

A 6 de Março de 2005, seis dias antes da tomada de posse do novo governo socialista, Abel Pinheiro ligou ao irmão social-democrata Rui Gomes da Silva, ex-ministro dos Assuntos Parlamentares do governo de Santana Lopes. Na conversa gravada, os dois concordavam que José Sócrates (que tomaria posse a 20 de Março) estava a prejudicar a irmandade do GOL, não nomeando nenhum maçom para lugares de decisão política. O diagnóstico incluía outro ponto: a afronta iria deixar vulnerável o futuro governo. Nessa conversa, Abel Pinheiro chegou a dizer que a maçonaria era o verdadeiro poder no País, anunciando de seguida que acabara de ser iniciado o socialista José Magalhães (actual secretário de Estado da Administração Interna). E referiu-se à sua loja, a Convergência, como “O Gabinete”, nome pelo qual era conhecida durante os governos de António Guterres.

Ali tinham assento “irmãos” como o presidente do Tribunal Constitucional, Luís Nunes de Almeida, António Vitorino, Vitalino Canas, José Nuno Martins ou Henrique Monteiro, actual director do Expresso.

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ABEL PINHEIRO CAIU EM DESGRAÇA NO GOL por falar de mais, mas Rui Gomes da Silva continua bem rodeado de irmãos na sua própria loja, a poderosa Universalis. Foi esta a loja do GOL, com cerca de 60 irmãos, que conquistou há cerca de um ano o espião Heitor Romana, um histórico do SIS que fundou informalmente os serviços de informações portugueses em Macau e que chegou a director-adjunto do SIEDM, a secreta externa que o actual SIED substituiu. No ano passado, foi nomeado por Júlio Pereira e tomou posse como director de Recursos Humanos dos dois serviços de espionagem portugueses. Heitor Romana encontrou na Universalis um outro homem das informações, José de Almeida Ribeiro, o adjunto que José Sócrates requisitou ao SIS para o seu gabinete – e que também não respondeu ao contacto por email feito pela SÁBADO.

Na Universalis juntam-se espiões irmanados com políticos, como os sociais-democratas Rui Gomes da Silva e Miguel Relvas, como o director da ASAE, António Nunes, como o gestor e vice-presidente dos CTT, Pedro Santos Coelho, como o socialista ex-secretário de Estado da Saúde José Miguel Boquinhas, como jornalistas como Emídio Rangel e António Borga ou como universitários como José Adelino Maltez e António Costa Pinto.

É no GOL que também estão outros, ainda que discretos, operacionais dos serviços de informações portugueses. C. G. é técnico superior e um histórico do SIS. Está há largos anos no GOL e é visto como muito próximo do anterior candidato a grão-mestre, Filipe Frade, o representante do rito francês na maçonaria irregular. Outro espião é N. C., ex-director regional do SIS Madeira, que transitou para o actual SIED em 2004 e que ali chegou a gerir o todo-poderoso departamento das fontes secretas. Em 2008, já na direcção de Jorge Silva Carvalho, foi colocado como antena na embaixada portuguesa em Madrid.

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